domingo, 26 de dezembro de 2010

Feliz natal!

Ta aí uma música que sempre me fez chorar:

Boas Festas - Assis Valente

Anoiteceu, o sino gemeu
E a gente ficou feliz a rezar
Papai Noel, vê se você tem
A felicidade pra você me dar
Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
E assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel
Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem

Pra mim ela sempre falou, e continua falando, de desigualdade e desilusão.

É triste pensar que quando somos pequenos acreditamos no papai Noel, mas que um dia vamos descobrir que ele não existe. Mais triste ainda é pensar que o filho de uma família abastada vai se desiludir ao descobrir que o papai Noel não existe, mas o filho de uma família sem condições vai se desiludir muito antes. Vai se desiludir quando nem todos na casa ganharem presentes, vai se desludir quando não houver dinheiro para os enfeites da árvore ou pra própria árvore, vai se desiludir quando não houver nem uma ceia de natal.

O filho da família com condições vai se conformar quando lhe disserem que o importante é o espirito de natal e que não precisam de um velhinho de vermelho, que eles mesmos podem distribuir os presentes pra todo mundo.

Já o filho sem condições vai descobrir que não apenas não existe um senhor barbudo de infinita bondade com um saco de presentes, como muitas vezes os bons meninos não recebem recompensa nenhuma, que o presente do duende já tem dono e que nariz vermelho de rena alguma vai dar a ele as mesmas oportunidades do outro menino.

É dever de toda pessoa consciente não descansar até que as crianças, as próximas gerações, ouçam a música e ao invés de chorar, riam-se. “Mas ele tava certo” digam, “todo mundo é mesmo filho do papai Noel”. E quando perguntadas sobre a felicidade, respondam “é que nem ________, tem em todo lugar.”.

Bom Natal! Boas festas! E que suas crianças demorem muito a se desiludirem!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Boa idéia

Esses dias eu estava voltando pra casa, caminho bem conhecido, desci na estação paraíso e subi aquele lance de escadas pela milésima vez. Caminho automático. Parei num dos pedacinhos pintados do chão em frente dos quais as portas param. No do lado tinha um casal, discutindo. Por que as pessoas têm que brigar?

Li um pedaço do livro que a moça do meu lado estava lendo. Disfarcei, né!? Vai que ela se irrita. Não pareceu um livro muito legal. Voltei minha atenção pro casal de novo. Bem nessa hora ele resolve terminar a discussão. Tem vários jeitos pra fazer isso. Mas não, ele tinha que escolher um dos piores. Tirou a aliança e jogou no chão.

Ela se importava com ele, estava tentando resolver as coisas, conversando. E ele sabia disso, porque mostrou todo seu talento para o gênero dramático fazendo uma ceninha com algo que ela considerava importante. Pois bem, a situação estava injusta com ela. Ela mostrando que se importava e ele fingindo que não.

Nos milisegundos entre ele tirar e jogar a aliança deu tempo de eu pensar umas três vezes "não faz isso, não faz isso, não faz isso". Na hora e depois, eu , me colocando no lugar do destino, tentei imaginar como resolveria essa vantagem dele. E olha como as coisas acontecem meticulosamente planejadas ao acaso.

Acontece que ele estava a menos de um metro e meio do fim da plataforma. E acontece que alianças são formas quase circulares. E na não tão improvável hipótese de um objeto circular de alguns milímetros de largura cair em pé, ele rola! E claro que a aliança caiu assim, e rolou. Ou seja, demorou menos de sessenta centímetros pra ele abandonar a pose de 'não ligo mais pra você' e pisar na aliança antes que ela caísse na linha do metrô.


Morais da história:

1) Não faça joguinhos psicológicos com as pessoas que se importam com você. Fale o que você pensa e não de a entender o oposto.

2) Não tente planejar ou resolver as coisas do seu jeito. Alianças são muito mais sábias do que parecem.

 Titãs - Epitáfio

segunda-feira, 21 de julho de 2008

World Jump Day

Nos últimos dias eu queria escrever, mas que fosse sobre algo importante. Fiquei pensando sobre o que seria. E aí, meio que sem ver a ligação, comecei a pensar bastante em algo realmente importante, que cada vez eu vejo com mais gratidão.

Meus amigos. E depois de divagar algumas caminhadas sobre isso, vi que era um bom tema pra qualquer dia desses. E hoje, lembrando que como ainda não dormi ainda é dia 20, ao entrar na minha página de recados, descubro por um recado de uma das pessoas das quais eu vou falar, que hoje é o dia do amigo, que conveniente.

Não sei se esse é um texto particular ou universal. Torço pelo universal. Mas amigos são a coisa mais importante de qualquer lugar do mundo! Alias, acabo de lembrar que a redação da fuvest no meu ano foi sobre amizade. Apesar de eu ter acho um tema irritante e inadequado pra uma dissertação na época, hoje eu vejo que não poderia ter havido um melhor.

Terceiro ano. Alunos paranóicos. Psicóticos. Queriam saber de tudo. Frágeis. Não queriam mais saber de nada. A USP foi pra mim a vida toda uma coisa meio inatingível. São milhares de pessoas pra uma fração pequena de vagas. E eu não conhecia muita gente que esteve lá. Quando você vive cercado de uspianos, e várias das pessoas mais próximas da sua família são uspianas também, não parece uma coisa tão distante. Mas pra mim era. E provavelmente pros meus amigos também. Talvez menos, mas não algo simples.

E nessa troposfera de caixas cranianas, ou cambrianas, sob pressão constante e atritos nada desprezíveis em que se inseriam aqueles vestibulandos aflitos surgia uma ligação estranha. Podiam ser rivais, disputarem entre si e com mais 10,8 pessoas uma única vaga, e por mais que cada um deles fosse a décima primeira incompleta pessoa, eles não ligavam. Eram uma pessoa prestando vários cursos.

Todo dia na escola. O dia todo na escola. Todos dias todos juntos. Eternas piadas internas. Piadas tão sem graça quanto uma piada pode ser. E tão engraçadas quanto alguém pode achar. Pessoas absurdamente diferentes e singelamente iguais que se tornaram meu céu.
E assim passou a fuvest. Passaram-se todos os vestibulares. Passou 2006. E uns passaram, outros deixaram pra passar depois. Se separaram. Apenas no espaço e no tempo. Mas estavam separados de alguma forma. E tinham que aceitar, e aceitar que novos pedaços de céu viriam.

Quem podia imaginar que em quatro meses eu teria discutido assuntos filosóficos ou inúteis tudo de novo? Quem diria que eu encontraria gostos parecidos com os meus nesse tempo? Quem diria que eu ia encontrar tantas pessoas que importam? Quem diria que eu encontraria pessoas sonhadoras, compreensivas e que nem ligam pro fato de eu ser um serial killer!?

Pois é. Encontrei. E realmente elas importam. Mais uma vez passar o dia todo com as mesmas pessoas muitos dias por semana. Mesmos rostos. Mesmas piadas. Mesmos comentários sobre as mesmas matérias e professores. E o mesmo prazer de ver e ouvir tudo igual todo dia.

Cada um de um jeito. Veteranos, pessoas do mesmo ano, e meus bixos. Consolando, apoiando, desabafado, me fazendo rir, rindo comigo, ou rindo de mim mesmo, me entendendo, ou não, porque não deve ser fácil afinal, entrando no meu mundinho de fantasia ou me xingando na hora em que eu tenho que acordar pra realidade.

Enfim, amigos são tudo que podemos ter nesse pedacinho de tempo que passamos aqui na nossa Terrinha. Não adianta ser mãe, namorada, esposa se não for amiga. Alias, tenho certeza de que a amizade é um estágio do amor. Só não sei se é um estágio abaixo ou um acima. Não sei se amo meus amigos ou se sou amigo das pessoas que amo.

É um bom dia, talvez não o melhor, não sei, mas um bom dia pra agradecer por ter encontrado tantas pessoas maravilhosas as suas maneiras que em tanto ou em tão pouco tempo, esqueceram minhas obsessões e compulsões e me fizeram uma pessoa feliz com só eu poderia ser. Independente do que isso queira dizer.


[Obrigado, gente, por cada um de vocês existir. ^-^]


 Legião Urbana - Vamos fazer um filme

Selo =D

Um dos poucos blogs que eu conheci na minha falta de tempo foi o Tranbordamentos.
Alias, um que não vou deixar de frequentar. É um blog ecelente com textos melhores ainda.
O link está sempre aí ao lado, mas: [http://transbordamentosdejessica.blogspot.com]
E desse blog recebi um selo “Diz que até não é um mau blog”. Muito obrigado, Jéssica. ^-^



Regras a seguir: o prêmio deve ser atribuído aos blogs que vocês considerem ser bons. Entende-se como bons blogs aqueles que vocês costumam visitar regularmente e deixar comentários.- se você recebeu o “Diz que até não é um mau blog”, deve escrever um post indicando a pessoa que lhe deu o prêmio com um link para o respectivo blog. Neste post devem aparecer o selo e as regras.- indique outros blogs ou sites para receberem o prêmio.- exibir orgulhosamente o selo do prêmio no seu blog, de preferência com um link para o post em que fala dele e de quem te presenteou.

[1] Escolher banda/artista.
[2] Responder somente com os títulos das canções.


Legião Urbana

Descreva-se: "Mil Pedaços"
O que as pessoas acham de você: "A Dança"
Descreva sua última relação: "Quase Sem Querer"
Descreva a atual relação: "Amor Platonico"
Onde queria estar agora: "Uma Outra Estação"
O que você pensa sobre o amor: "Poesia"
Se tivesse direito a apenas um desejo: "Mais Do Mesmo"
Uma frase sábia: "Talvez Seja Real"
Uma frase para os próximos: "Gente Humilde"

Como tenho na minha lista de blogs bem melhores apenas seis que sempre frequento, são essesos que recebem minha indicação:

http://transbordamentosdejessica.blogspot.com/
http://a-redonda.blogspot.com/
http://janaalves.blogspot.com/
http://osonhodeicaro.blogspot.com/
http://teoriadoflogistico.blogspot.com/
http://carolplayer.blogspot.com/


 Legião Urbana - Mais do Mesmo

sábado, 21 de junho de 2008

Uma escolha

Hoje eu acordei meio estranho. Meio perdido. Comecei a me situar, então. Estava no meu quarto de divisória na pensão onde eu durmo. O enfeite alemão pendurado na lâmpada e o celular tocando ‘o anjo mais velho’ pela quarta ou quinta vez. Tinha dormido com a roupa do dia anterior, por cima do cobertor dobrado. A língua ainda queimada do café solúvel.
Não sabia se estava de bem com o mundo ainda, não tinha decidido. Arrumei minhas roupas da semana que passou, peguei a mala, a mochila e fui para o ponto. No ônibus, só um lugar vago. Um rapaz subiu no ônibus na minha frente, o lugar era dele. Eu ia ficar em pé, tinha que estudar. Não é legal estudar em pé. Acho que tinha decidido: não estava tão de bem com o mundo assim.
Quando passei pela catraca e cheguei à parte de trás, o rapaz se ofereceu para segurar minhas coisas já que estava sentado. Tinha bastante espaço, não precisava incomoda-lo. Agradeci.
É bobo, muito bobo. Mas só a oferta dele me fez mudar de idéia. Estava sim de bem com o mundo. De bem com a vida. Oras. Por que não estaria? Ambos, mundo e vida, são tão lindos. Alguém viu a lua ontem? Quando não estava encoberta estava muito encantadora. Uns minutos depois entrou uma senhora e a moça ao lado dele ofereceu o lugar pra ela. Eu estava feliz.
E daí q tinha quarenta e oito páginas de resumo de físico-química me esperando na mochila? E daí que a maioria do ônibus não tinha nem visto a senhora entrar? E daí os problemas nos quais eu acordei pensando? E daí tudo de ruim que acontece no meu cotidiano?
A gente que escolhe o que pesa mais. A beleza da lua de ontem ou minha chave que quebrou no portão? Não é comodismo. Não podemos deixar tudo como está porque damos mais valor pras coisas boas. Mas podemos escolher em que vamos nos basear. Escolher a que daremos mais valor.
Quando cheguei em casa, fui ver alguns blogs. O que me chamou mais atenção neles foi o texto ‘como se fecha um ciclo’(http://a-redonda.blogspot.com/), um belo texto de um belo blog que diz que a vida continua e depende apenas de você.


Pra terminar com uma história: Saía eu do bandejão ontem a noite, quando passando pelo filtro de água, vi uma menininha na ponta dos pés tentando por água no copinho descartável. Não alcançava o botão. Apertei pra ela. Ela deu um sorrisinho surpreso e olhou pra mim. Parei de apertar quando o copo estava pela metade. Perguntei ‘mais?’. Ela agradeceu fazendo que não com a cabeça e depois ficou lá com o mesmo sorrisinho. E eu estou aqui com o sorrisinho dela ainda. Que bom q o filtro é alto.^-^

Comunidade recomendada: (http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1417213)

 queen - don't stop me now

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Do latin masculu

Na capa do ‘Senhor dos Anéis’ volume único, não lembro que edição, é aquele dos Argonath na frente. (ta, como se todo mundo soubesse o que são argonath) Aquele das estatuas lá, sabe? Não? Enfim, na parte de trás está escrito algo como ‘o mundo está dividido entre aqueles que já leram o hobbit e o senhor dos anéis e aqueles que não leram’.
Oras. Não é óbvio? Claro que quem disse isso estava se referindo ao brilhantismo das obras de Tolkien. Mas não deixa de ser óbvio. O mundo ta dividido entre aqueles que já fizeram qualquer coisa, e os que não fizeram.
Uma dessas divisões eu pensava estar surgindo agora, mas pensando bem, deve ser muito antiga. Ou você é macho ou você é gay! Não existem mais homens, você tem que ser um extremo. Ou você faz um comentário sobre cada mulher que passa por perto e diz quatro palavrões pra cada 3 não palavrões, ou você é gay. Simples e fácil. Nem precisa pensar muito, é uma classificação bem simples.
Eu nunca quis ser macho. Sempre preferi ser homem a ser macho. A macheza está, para mim, associada à irracionalidade, a tentar demonstrar superioridade sobre outros machos baseando-se na força, agressividade, desprezo por regras e costumes e outros excessos de testosterona que impossibilitam qualquer apresso por gentileza ou sentimentos.
E muitas vezes toda essa pose de desleixado e invulnerável nem é pra impressionar as mulheres, é na verdade uma tentativa de impressionar os outros machos.
Não pensem que esse texto é pra alguém especifico. Não, faz um bom tempo que eu penso nisso já. E um dia no metrô uma moça me fez pensar com mais interesse nesse assunto.
Estava eu na Barra funda esperando o metrô chegar, devia ser por volta de meio dia e eu já estava um pouco atrasado. Quando o metrô aparece no finzinho da curva lá na frente, começa o empurra-empurra. Um cara do meu lado estava com muita pressa. Devia ser muita pressa mesmo, porque antes mesmo de o metrô parar, ele já empurrava um grupo de mulheres com sacolas contra o vagão.Uma voz no meio do bolo de gente que se formava a frente de onde a porta ia parando disse “Nem parou ainda, ô! Fica empurrando um monte de mulher na parede? É muito macho, né?!” Depois, um segundo de reflexão quieta e: “Tem que ser macho mesmo, porque homem mesmo não faz isso!”
Também não vou condená-lo, talvez estivesse com algum problema urgente, e apesar de as pessoas ao redor não terem nenhuma culpa, ele pode não ter lembrado disso, muita gente não lembra.
O fato é que se ele fosse homem e não macho o abajur que a moça comprara teria chegado inteiro em casa.


 Legião Urbana - Via Lactéa

segunda-feira, 9 de junho de 2008

É tão cruel...

...mas é a vida!

Pois é...já dizia Manuel bandeira.Esse não é um post triste, melancólico, deprimido, derrotista, conformista ou qualquer coisa ruim do tipo. É só um post óbvio, simples, sem nenhum significado oculto ou frases nas entrelinhas, apenas o sentido mais explícito do que se lê: é a vida!
Por vezes tomamos decisões precipitadas, agimos por instinto, resolvemos provar algo novo. E na maioria delas quebramos a cara. Nem sempre a nossa, mas quebramos.
Em algumas, quebram a nossa também. E aí, oq? Choro, depressão, insônia, porres homéricos, brigas, descontar em quem não tem nada a ver com isso ( mas esse é assunto pra um outro post), mais porres, mais brigas, mais lenços de papel e quilos de chocolate.
Mas no fim das contas, não adiantou nada. Você continua triste, desiludido, com raiva. O motivo de tudo isso não passou e vc agora tem pneuzinhos e um fígado arruinado.
A verdade é que não importa o que vc faça, existem coisas na vida que a gte só pode aceitar. Tem coisas que não são de propósito. Há vezes em que ninguém tem culpa. É a vida!

Uma frase dita em uníssono quando três químicos que não entendem nada da vida resolveram filosofar, provavelmente errada, mas vem bem a calhar. ‘As únicas coisas q não têm lógica são as relações inter-pessoais’.